Uma pesquisa feita esta semana pelo Instituto Paraná de Pesquisas entre os últimos dias 11 e 14 deste mês deixou a cúpula do PT de cabelos em pé. O instituto fez três perguntas a 2.004 brasileiros maiores de 16 anos em 162 municípios de 24 Estados e aponta um crescimento muito rápido na avaliação positiva do governo de Michel Temer, que saltou de 17% para 36,2% em pouco mais de 30 dias. Veja alguns exemplos das perguntas:
A favor da volta da Presidente Dilma Rousseff - 9,6%
A favor da permanência de Michel Temer como Presidente - 24,4%
Aprova o governo Temer - Aprova - 36,2%
Aprova o governo Dilma - Aprova - 8,4%
A Presidente Dilma Rousseff foi vítima de um golpe - 21,2%
A Presidente Dilma Rousseff foi vítima dos seus próprios erros - 75,8%
Temer está indo melhor que Dilma - Melhor - 28,9%
O Presidente Michel Temer irá conseguir chegar ao final do seu mandato - Consegue - 53,5%
A facilidade com que o presidente interino Michel Temer tem contornado situações delicadas e superado desafios, como a aprovação da nova meta fiscal no Congresso, está incomodando o ninho petista. Temer tem comandado o governo com bastante desenvoltura, livrando-se de inconvenientes rapidamente, como foi o caso do afastamento do Ministro do Planejamento, Romero Jucá ou a recriação do Ministério da Cultura. O acerto de suas decisões tem deixado o PT praticamente sem munição. Temer tem se mostrado mais esperto que o esperado e procura se livrar logo dos problemas, antes que contraminem sua gestão.
O receio de Lula e dos estrategistas do PT é o de que Temer consiga rapidamente colocar a roda para girar no sentido certo. A expectativa de diminuição no volume de demissões e a retomada de investimentos em produção está tirando o sono de muita gente na nova oposição. Mais até do que a Lava Jato.
Quanto mais cresce o apoio à Temer, mais arriscado se torna atacá-lo frontalmente. A situação dos petistas é delicada: moderar o tom significaria admitir que o impeachment foi legal. Fazer a política do quanto pior melhor pode influenciar aqueles que ainda estão indecisos no sentido de apoiar o novo governo.
A cada dia que passa, Temer conquista a simpatia de pessoas e setores de maior credibilidade no mercado e na sociedade. Apenas grupos ligados ao PT e vistos com desconfiança pela população ainda se arriscam em defender a volta de Dilma, que se torna alvo de denúncias de corrupção.
Outro problema para o PT é que a frágil denúncia de corrupção de Sérgio Machado contra Temer não prosperou. Blogs e jornalistas simpáticos ao partido tentam de todas as formas conectar o presidente interino à denúncia do delator, procurando aprofundar artificialmente a gravidade do caso. As tentativas de associá-lo à Eduardo Cunha também fracassaram.
A cada dia, o governo Temer se consolida como uma boa alternativa ao governo Dilma. O sentimento se alastra nas redes sociais, deixando os integrantes do PT ainda mais nervosos e sem discursos. A persistência deste cenário pode consolidar o poder de Temer de influenciar decisivamente nas eleições de 2016 e 2018.
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